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12 agosto 2010

[Desabafo] Eu, Eu Mesmo e Eu...



Há quase dois anos, por volta da metade do mês de setembro, eu entrei em colapso. Tive uma crise nervosa. Mas não foi devido ao estresse que me consumia naqueles dias. Foi emocional...
Já tinha dormido mal a noite. Acordei com olheiras e com uma sensibilidade tremenda! Como na época morava sozinho, não precisei falar com ninguém, até que chegasse no trabalho. No caminho de casa até lá, usando meus óculos escuros, derramei algumas lágrimas dentro do ônibus, meio que imperceptíveis. Sem motivos aparente. Nesses dias, eu era o primeiro a chegar no trabalho e ficava sozinho até o meio dia. Minha rotina era chegar, abrir o ambiente, ligar os computadores, sentar na minha mesa, ligar o som, e começar meu trabalho. E assim o fiz. Com a diferença de que a cada música tocada, minhas glândulas lacrimais esvaziavam-se um pouco mais. Mesmo com músicas que não remetessem a isso. E assim foi durante todo o dia. Fiquei praticamente sem trocar uma palavra com minha companheira de sala, respondia monossilabicamente todos os que vinham falar comigo - até mesmo meu chefe - e recusei telefonemas o dia todo. Ao fim do dia, faltando alguns minutos para irmos embora, minha colega me chamou num canto pra conversar:
ELA: O que está acontecendo com você hoje Voy?
EU: Nada. Por quê?
ELA: Você está estranho. Calado, triste. E eu percebi que você está choroso desde a hora que cheguei. Pode se abrir comigo...
EU: Não é nada...
ELA: Vamos tomar uma cerveja quando formos embora. Estou precisando desestressar um pouco!
EU: Beleza!
Saimos e fomos pra um butequim que já estávamos acostumados. Mas nesse dia, só eu e ela. Conversa vai, conversa vem, depois de umas risadas e outros papos sérios, ela veio com o papo de novo. Eu relutei em falar, mas acabei cedendo. Precisava falar com alguém. Precisava desabafar. A primeira coisa que ela disse foi 'você gosta de fulano, não gosta?'. Fui falando e chorando, falando e chorando! Depois das cervejinhas, voltei pra casa, ainda chorando, deitei, ainda chorando, e dormi. Acordei no dia seguinte um pouco melhor.
Aí vocês me perguntam: por que diabos esse guri resolveu falar isso agora, porra?
Simples, hoje foi mais um dia daqueles...
Estou que não podem nem me olhar direito. Sem paciência, sensível ao extremo! A diferença do dia fatídico com hoje é que eu não estou assim por causa de uma paixonite. Estou assim porque hoje eu preciso de atenção, de carinho, de alguém do meu lado pra dizer que sou especial - nem que seja a Xuxa #aloka. Enfim, estou carente.
Já há algum tempo eu venho me sentindo excluído, jogado pras traças, por meus amigos e colegas mais chegados e até mesmo pela minha família. Me sinto sozinho morando numa cidade de 600 mil habitantes.
E hoje foi uma espécie de gota d'água: recebi a visita de minha mãe, depois de 2 meses sem vê-la. Ela pediu pra ver alguma coisa no celular dela, sobre planos e promoções. E eu fui mexendo pra descobrir o que ela queria, acabei encontrando algumas mensagens que ela vinha trocando com minha irmã, que mora comigo, onde ela termina dizendo um simples 'eu te amo'. E fiquei pensando quando foi a última vez que ela me disse isso. Bastou isso pra azedar o resto do meu dia...
Eu sei que parte da culpa é minha por ser uma pessoa fria em se tratando de relações pessoais, mas me conhecendo como ela me conhece, poderia dar um primeiro passo...
Enquanto isso, eu vou tentando seguir na minha...

6 comentários:

Unknown disse...

Sei bem o que é isso meu amigo... vivo numa panela de pressão todos os dias e ainda n estourei de vez por que sei que tem gente lá fora que me ama e muito.

Força meu irmãozinho, força. pode contar com o Stro sempre.

Te amadoro.

Glauco Silva disse...

Não seria a hora de vc ter um papo bem sério com sua mãe?

AAAA amigo, sei que sou apenas mais um cara da Internet mas te admiro muito e saibas que pode contar comigo sempre pra desabafar, rir, falar besteira ,fofocar.

Não fica assim não querido, não quero te ver triste,ok?

Arruma a peruca, retoca a maquiagem e segue...

Abraço

Paulo Roberto Figueiredo Braccini - Bratz disse...

Pois então meu querido amigo, também tenho enormes dificuldades em expressar meus sentimentos, sejam eles quais sejam. Na verdade sou uma pessoa super carente e sensível e por isto mesmo construí uma armadura para me defender disto, com isto as pessoas me vêem como uma pessoa fria, pragmática e forte. Que coisa né? Mas enfim, há momentos q tenho vontade de rever um pouco disto. Coisa difícil depois de tanto tempo. Vc é jovem e está começando a viver. Talvez valesse a pena rever um pouco seu conceitos e forma de ver e de viver. Fica a dica.

No mais, relaxe querido! Viva!

bjux

;-)

Lobo disse...

Não é justo por a responsabilidade das coisas sobre os outros. Só temos arbítrio com o que é relativo a nós. Se quer que isso com a sua mãe mude, faça alguma coisa você, não a espere.

Aqui é a mesma coisa. Ah, dói. Mas a dor é a melhor professora que existe. Fracos são eles, dependentes. Amados. Porque quando tudo se esvair, eles são os que mais vão sofrer.

Beijos Voy!

AugustoCrowley disse...

concordo com o Lobo.Acho que a vida nos da o valor que damos a ela, é uma troca, uma afinidade tanto com o bem quanto o mau.Depende o que rola em nosso interior, as coisas a nossa voltam sao atraidas ou nao.
A exclusao nasce da baixo estima, da insegurança.e isso primeiramente precisa ser melhorado em voce, por voce, para que os outros reconheçam o seu valor.
Anime-se por voce, faça algo que goste, tente se abrir mais socialmente falando, e voce vera novos resultados.Bjs e boa sorte!

João Roque disse...

Como podes ver, não és caso único.
Por este ou aquele motivo, há dias em que estamos verdadeiramente carentes e nem sempre temos um ombro para encostar a cabeça: mas é preciso reagir!
força, Amigo.